Bibiu do Boneco
Severino Elias da Silva Filho, mais conhecido como Bibiu do Boneco, nasceu em 1976 e figura entre os grandes nomes da arte do mamulengo em nosso Estado.
Ele confecciona bonecos de mamulengo desde sua adolescência sob influência do seu pai, Mestre Saúba, outro importante representante desta manifestação cultural.
Carlinhos Melo
Luiz Carlos de Melo, mais conhecido como Carlinhos Melo, nasceu no Recife em 09 de março de 1963, chegando em Carpina ainda criança.
Sua vocação artística começou a ser desenvolvida em 1975 depois de uma visita à cidade de Tracunhaém, referência no artesanato em cerâmica. Foi lá que conheceu o ceramista “Zezinho de Tracunhaém” e, no ateliê do artista, Carlinhos moldou sua primeira peça: a cabeça de um velho inspirado no dono do ateliê.
Com o passar dos anos, Luiz Carlos foi amadurecendo sua arte. Em 1995, concluiu uma de suas mais importantes obras: a estátua que homenageava Luiz Gonzaga. Feita de cimento e medindo 1m70 de altura, a mesma foi colocada na então Praça de Eventos, no centro de Carpina, local que corresponde hoje à Praça Octavio Guerra. A escultura, simbolizando o sanfoneiro, apresentava o rosto liso, sem olhos, nariz, boca e orelhas. As mãos não tinham dedos e o teclado da sanfona era representado por parafusos. De acordo com Carlinhos, a obra foi feita dessa forma porque ele procurava fugir do convencionalismo e fazer algo de vanguarda.
Contudo, a estátua não agradou a muitas pessoas, gerando críticas e muita polêmica, o que resultou, tempos depois, na retirada da obra do local.
Ao longo de sua carreira como artista, Carlinhos Melo realizou vários cursos, participou de muitas conferências e também de exposições, das quais podemos citar: Segundo Salão de Artes Plásticas UNICAP – Recife (1982); Salão dos Novos MAC – Olinda (1982); Centro de Convenções – Natal (1982); Via Sacra do Artesão, com exposição na Alemanha (1984); 11º Salão de Arte em Escada (1984); Realistas Urbanos – Museu de Arte Contemporânea – Olinda (1991); 11º Encontro Entre Trópicos Utópicos – Olinda (1992) etc.
Além disso, Carlinhos Melo fundou, em 2006, o "Bloco de Bonecos Gigantes e Fantasias Leão do Norte", uma agremiação carnavalesca já tradicional em Carpina e cujos bonecos buscam representar algum personagem do nosso folclore ou alguma personalidade de nossa cidade ou de nosso Estado.
Carlinhos também foi responsável pela restauração de alguns monumentos de nossa cidade, a exemplo da estátua do leão, localizada na Praça São José, e da estátua do Carpinteiro, situada no trevo Carpina-Nazaré.
Hoje, o artista se destaca na produção de peças de argila e cimento, possuindo muitas obras espalhadas pelo Estado, sendo ele uma referência artística e cultural de nossa cidade.
Gilvan das Burrinhas
Suas peças são expostas e comercializadas em feiras de artesanatos, eventos culturais, em seu ateliê, aqui em Carpina, e em lojas de artesanato da capital do Estado.
Seus trabalhos estão espalhados pelo Brasil e exterior (França, Espanha e Estados Unidos).
João Galego
Juntamente com sua esposa, Marlene Silva, fundou o Mamulengo Nova Geração, em 01 de setembro de 1985, apresentando-se tanto em Carpina como em outras cidades do Estado e do Brasil.
João Galego confecciona seus próprios bonecos, tendo criado vários personagens, dentre os quais podemos destacar Mané Pacaru, Quitéria, Simão, Caboclinhos etc.
Além de mamulengueiro, João Galego também é poeta, destacando-se as poesias que fez em homenagem a Luiz Gonzaga e ao Mestre Solon.
José Batista
Aos 10 anos de idade saía para vender bolos, doces e salgados para ajudar as despesas de casa. Aos 12 anos aprendeu a entalhar na madeira e prestou serviços numa galeria do Alto da Sé.
Começou a escrever poesias após um teste de português, quando teve o melhor desempenho da sala. Foi premiado com o 3º lugar em um concurso de redação a nível municipal, com o tema “A Poliomielite“, ainda no ensino fundamental, e venceu o 1º Concurso Manuel Bandeira de Poesias, com o poema “Antologia Bandeiriana”, promovido pela Secretaria de Turismo Cultura e Desportos do Carpina (1986).
Participou do “1º MOVIMENTO ARTÍSTICO DO CARPINA“, onde, ao lado de artistas, coordenou a 1ª Passeata de Protesto Contra o Descaso aos Artistas Locais, invadindo o Desfile Cívico Militar de 1988, em atividade pacífica, mas determinante para a consolidação dos movimentos artísticos no município.
Participou da edição do livro "Floresta dos Poetas" - Carpina (2006); "Antologia de Poesias" – Portugal (2015) e “2ª Antologia Poemas e Verdade" (2015).
Dentre as suas obras estão "Alegria às Avessas"; "Poemas Para Uma Noite de Solidão" (1986); "Premium V"; "Tua Paisagem Através da Janela de Meus Olhos"; "Premium - X - Ouro"; "Platinum II"; "Platinum XV"; "Platinum Ouro"; "Douce Poésie I"; "Douce Poésie IV"; "Douce Poésie VIII"; "Douce Poésie XII"; "Douce Poésie XV".
Miro dos Bonecos
Ermírio José da Silva, mais conhecido como Miro dos Bonecos, nasceu em Carpina, onde continua vivendo. A paixão pela arte do mamulengo começou muito cedo. Quando criança, assistiu pela primeira vez uma apresentação do teatro de bonecos do Mestre Solon, ficando encantado com aquela brincadeira. Diante disso, pensou em um dia fazer os seus próprios mamulengos.
De início, Miro fazia seus bonecos com pedaços de cabo de vassoura. Com o passar do tempo, foi aperfeiçoando sua arte, sendo hoje conhecido não só nacionalmente mas também no exterior.
Em 2005 se apresentou na cidade de Nancy, na França, com sua boneca em tamanho natural, que ele batizou de Maria Grande, ganhando o Diploma de Honra.
Miro também está sempre presente na Fenearte, onde expõe suas lindas e criativas peças.
Em 1999 fundou o Mamulengo Novo Milênio, que até hoje faz apresentações nas escolas, nas praças e nas festividades de nossa cidade.
Em seu ateliê, localizado em sua própria residência, na Vila da Cohab, Miro confecciona suas peças, contando com a ajuda de sua esposa e de seus filhos.
Mestre Saúba (In memoriam)
O artista somava mais de 40 anos dedicados à confecção de bonecos de mamulengo, arte que aprendeu com o mestre Pedro Rosa e que o fez ser reconhecido como um dos melhores do Brasil.
Além de escultor, Mestre Saúba era um exímio dançarino e juntamente com D. Lindalva, uma boneca de madeira em tamanho natural, fazia um espetáculo pitoresco que sempre atraía centenas de pessoas nos lugares onde se apresentava.
Mestre Saúba também era ventríloquo e contracenava com o divertido boneco Benedito.
Dona Quitéria, Mané Pacaru, Dona Lilia, João Gago, Simão, Coquinho, Laré e Dona Liprosina são alguns dos outros personagens nascidos pelas mãos do artista. Outras criações que marcaram muito seu trabalho foram os ciclistas, que pedalam e mexem a cabeça, e as casas de farinha.
Mestre Saúba já fez exposições por todo o país e nos Estados Unidos. Há bonecos de sua autoria em museus e coleções particulares espalhados por todo o Brasil, como o Museu Casa do Pontal (Rio de Janeiro, RJ) e o Centro Cultural São Francisco (João Pessoa, PB).
Mestre Solon (In memoriam)
Solon Alves de Mendonça, mais conhecido como Mestre Solon, nasceu em 25 de fevereiro de 1920, na localidade de Cachoeira do Salobro, no município de Feira Nova-PE, mudando-se depois para Carpina-PE, onde viveu a maior parte de sua vida.
A relação de Solon com os bonecos começou quando ele tinha 8 anos de idade, ao assistir pela primeira vez uma apresentação do Mamulengo de Chico Presepeiro, também conhecido como Chico da Guia, ficando fascinado com aquela brincadeira de bonecos.
No ano de 1937, criou o Mamulengo Invenção Brasileira, apresentando-se tanto em Carpina quanto em muitas outras cidades do Estado.
Com o tempo, Mestre Solon passou a ser conhecido não somente em Pernambuco, mas também no cenário nacional e no exterior. Seus bonecos já foram expostos em Atlanta, nos Estados Unidos.
Além disso, vale ressaltar que ele criava os próprios bonecos e as histórias que animavam as suas apresentações. Ao longo dos anos, confeccionou 120 personagens diferentes para as suas 25 histórias.
Solon destacou-se também pela produção de bonecos movidos mecanicamente, na qual, através de tal método, procurava reproduzir cenas que faziam parte da realidade nordestina, como era o caso das casas de farinha, dos grupos de cangaceiros, entre outras.
Mestre Solon fez apresentações e participou de eventos em várias partes do Estado de Pernambuco e também do país, como na Casa da Cultura (Recife), Festival Internacional de Bonecos (Maranhão), Feira da Providência (Rio de Janeiro), Minas Gerais e no Festival Brasileiro de Teatro de Bonecos (Paraná).
Recebeu homenagens importantes, como a Medalha do Mérito da Fundação Joaquim Nabuco.
Faleceu em 07 de julho de 1987, vítima de atropelamento em Brasília, enquanto participava da Feira dos Estados.
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